Personalidades importantes
A ideia de fundação de um hospital que atenderia os enfermos
dessa cidade surge de duas personalidades ilustres, João Batista de Azevedo
Marques responsável pelo 2º tabelião dessa comarca, que também exerceu outras
funções como; jornalista, professor e comediante amador, até sua ida à são
Paulo; Já a outra personalidade importante, foi a do Dr. Antônio do Amaral
Vieira, qual durante um longo período foi o Juiz de Direito deste mesmo
município, que juntos manifestaram desejos de aqui se construir uma Santa casa
de Misericórdia aberta à toda população.
(Acervo Secretaria de turismo e cultura) |
Entre outros vale se destacar o português Antônio Nery
Ferreira, que possuía um hotel que atendia viajantes que estavam de passagem,
de sua maioria comerciantes, vindos de São Paulo e Rio de Janeiro. Através de
suas boas relações ele conseguiu angariar uma grande quantidade de recursos,
que obtivera dessas relações que mais tarde os destinariam tanto para a
manutenção da sociedade quanto a construção do prédio, seus esforços para o
zelo e manutenção da sociedade beneficente eram tamanho, que chegava realizar
leilões e prendas para melhorar a escassez de recursos que a santa sofria,
dedicou com total afinco pela causa até o fim de sua vida em 1812.
A Fundação da sociedade beneficente
Era de senso comum entre os munícipes, a necessidade da
criação de uma entidade hospitalar para acolher e tratar os enfermos. Uma
dessas tentativas, foi a fundação da “sociedade cosmopolita de socorros Mútuos
de Tietê”, fundada em 1894 para através da iniciativa do Francês André Badiani,
junto a vários colaboradores criaram uma comitiva para atender a seus membros
ativos em casos de doença, embora não tenha prosperado, possa ter vindo a
influenciar na criação da sociedade beneficente anos mais tarde.
Posteriormente no ano de 1898, com a presença de 159 pessoas
no prédio onde sediava o fórum e a cadeia pública, no largo do São Benedito, a
fundação da sociedade Beneficente de Tietê, na ocasião foram aprovados os
primeiros estatutos e foi eleita a primeira diretoria da sociedade. (Jornal “O
Tietê” 19 de maio de 1918, por Joaquim Pereira de Almeida Paula).
O primeiro prédio que fora responsável por receber os enfermos,
pertencia anteriormente ao senhor Romão P. Lourenço, um empreiteiro de obras,
que diretamente vendeu à Sociedade Beneficente de Tietê. Era uma casa simples
que ficava no cruzamento da rua Direita (atual rua Lara Campos) com a rua Marechal
Deodoro (rua Antônio Nery), tal local teve funcionamento entre os períodos de
1898 até 1914 até a construção do novo prédio.
A direção da santa casa teve por início sua direção
comandada por três irmãs religiosas com auxílio de uma enfermeira e uma
cozinheira; havendo um núcleo administrativo pequeno, não gozava de uma
enfermaria, sendo que o receituário era enviado a farmácias locais, os poucos
doze leitos que comportavam a casa, raramente estavam lotados; muitos dos
enfermos que haviam na cidade, relutavam em receber atendimento no hospital, em
ampla maioria preferiam passar por todo o tratamento e os dias finais de sua
vida em sua própria casa.
Em sua fundação, existiam três médicos efetivos em Tietê;
Dr. José Augusto Corrêa, Dr. Palinuro de Moura Campos, Dr. Roberto Teixeira de
Assumpção. Alguns cumpriam a função clínica e outros a administrativa da
Sociedade Beneficente. Posteriormente alguns médicos chegam a cidade e outros
se foram; como o Dr. José Rodrigues de Almeida que se muda para Piracicaba,
abrindo vaga para a chegada posterior do Dr. José Soares Hungria e Dr.
Violantino dos Santos, entre outros mais.
Dr. José Rodrigues de Almeida que por muitos anos assumiu a
direção clínica do hospital antigo, descreveu o período onde era situado o
antiga casa que realizava os atendimentos;
“Nesse época o hospital achava-se instalada em uma casa particular adaptada para esse fim, e se compunha de duas salas espaçosas para enfermarias de homens, de uma saleta em continuação ao corredor de entrada, ocupada raramente por mulheres; à esquerda desse corredor entrava-se para uma sala grande, onde eram dadas as consultas aos doentes externos, onde se realizavam as reuniões da Diretoria, além de outras e múltiplas ocupações; ao lado dela havia uma sala espremida entre as dependências destinadas as irmãs e a cozinha; nela se faziam os curativos e raros atos cirúrgicos, geralmente de urgência”.Ao período próximo da transição para o novo prédio, o médico qual responsável pelos atendimentos clínicos e cirúrgicos foi o Dr. Francisco Alberto Veiga de Castro; do qual, as suas custas comprou todos os primeiros equipamentos decentes para realização de diversos tipos de cirurgias, quais anteriormente o hospital carecia.
Hospital novo
O edifício antigo carecia de estruturas mais completas para
realização de exames, cirurgias e cuidados em geral, o prédio simples já não
comportava a demanda de atendimento aos enfermos.
A proposta para criação de um novo edifício, para
atendimento dos pacientes nas proximidades foi atendida pela assembleia geral.
Já em discussão na mesa administrativa da sociedade no dia 2 de janeiro de
1910, começou a elaborar planos para desenvolvimento das plantas para
construção do novo hospital, com auxílio de 5 contos de Réis da câmara
municipal.
Foram apresentas três propostas arquitetônicas do prédio,
pelos engenheiros, Dacio de Moraes, Pujol Junior e Dagoberto, sendo o projeto
do Dacio aceito e contratado sobre a administração da Sociedade Beneficente de
Tietê, as obras seriam realizadas em um terreno doado pelo Coronel Augusto de
Sousa Campos, assim sendo, aceito o local para construção do novo prédio.
Augusto de Sousa Campos (Acervo Santa Casa) |
As obras foram finalizadas em 1814, e no fatídico dia de 10 de maio de 1914 fora realizada a inauguração do edifício, missas e discursos foram declamados, em especial do médico em exercício no período Dr. Alberto Veiga de Castro.
Dr. Alberto Veiga de Castro |
O hospital no início atendia somente as camadas mais pobres da
cidade, os que gozavam de mais recursos ainda preferiam serem atendidos em
casa, tanto que a Colônia italiana aqui instalada, ainda estavam estabelecendo
sua vida, era a que mais necessitava dos atendimentos, tanto a colônia
italiana da cidade, havia doado 35 camas de ferros esmaltado tipo hospitalar.
Jornal municipal relatando a abertura do novo edifício ( Acervo secretaria turismo e cultura) |
As primeiras impressões
Em um livro de registro de visita, aberto para descrição a
partir de 1914 com a abertura do novo prédio, diversos visitantes desde a
fundação do edifício escreveram suas impressões e relatos que vinham a
presenciar como:
De 1918 em diante o hospital deixou de ser unicamente para os
desvalidos, fora evoluindo para o moderno conceito de hospital: casa de cura
para todas as classes sociais. A velha finalidade de misericórdia vai ficando
obsoleta e dispensável com as leis de proteção social. O hospital se tornou um
referencial tão grande nas regiões próximas, que moradores de cidades vizinhas
buscavam atendimento no hospital.
Fotos do Lançamento da pedra fundamental do prédio da Santa casa ( Acervo Secretaria de turismo e cultura) |
Eli Leão
Referências bibliográficas
De Almeida, Benedito P. Cronologia Tieteense, 1980. Ed.
Milesi
Pesquisa pessoais do acervo,
Benedito Pires de Almeida.
Acervo pessoal, Dr Alberto
Veiga de Castro.
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